quarta-feira, 20 de julho de 2011

INSEGURANÇA!

Faz um bom tempo que ouço as pessoas falarem que estão inseguras, eis um bom tema para para discutirmos. Inicialmente vou discorrer sobre minhas impressões acerca da referida temática. Bom, logicamente que insegurança é ausência de segurança, quando não nos sentimos a vontade frente a alguém ou alguma coisa. Certamente o medo de que as coisas não saiam conforme tenhamos planejado, nos deixa inseguros diante daquilo que precisamos enfrentar.
Então, eis que surge a problemática fundamental. Como fazer para encarar nossa insegurança? Não tenho dúvida alguma que essa não é uma resposta tão simples assim, e que cada individuo deve criar sua própria maneira de resolver esse problema, no entanto, me atrevo a especular em torno da questão.
Acredito somente ser possível enfrentar nossa insegurança quando minimamente temos a compreensão de nossas prioridades. Tais prioridades devem estar em conformidade com as demandas necessárias a nossa sobrevivência. Na medida em que conseguimos discernir o que é prioridade em nossas vidas, temos maiores condições de enfrentar nossa insegurança.

Um comentário:

  1. Título: Planeta Favela
    Título Original: Planet of slums
    Autor(a): Mike Davis
    Posfácio: Erminia Maricato
    Tradutor(a): Beatriz Medina
    Páginas: 272
    Ano de publicação: 2006
    ISBN: 85-7559-087-1
    Preço: R$ 41,00
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    Se a imagem da metrópole no século XX era a dos arranha-céus e das oportunidades de emprego, Planeta Favela leva o leitor para uma viagem ao redor do mundo pelos realidade dos cenários de pobreza onde vive a maioria dos habitantes das megacidades do século XXI.

    O urbanista norte-americano Mike Davis investiga as origens do crescimento vertiginoso da população em moradias precárias a partir dos anos 80 na América Latina, na África, na Ásia e no antigo bloco soviético. Combinando erudição acadêmica e conhecimento in loco das áreas pobres das grandes cidades, Davis traz a história da expansão das metrópoles do Terceiro Mundo, analisando os paralelos entre as políticas econômicas e urbanas defendidas pelo FMI e pelo Banco Mundial e suas conseqüências desastrosas nas gecekondus de Istambul (Turquia), nas desakotas de Accra (Gana) ou nos barrios de Caracas (Venezuela), alguns dos nomes locais para as aproximadamente 200 mil favelas existentes no planeta.

    Cada aspecto dessa “nova cidade" é analisado: informalidade, desemprego, criminalidade; o gangsterismo dos senhorios que lucram com a miséria; a incapacidade do Estado de oferecer infra-estrutura e casas populares, e em contrapartida sua atuação nas remoções de “revitalização” que abrem caminho para a especulação imobiliária; as soluções ilusórias de ONGs e organismos multilaterais; os limites das estratégias de titulação de propriedade, os riscos ambientais e sanitários de se viver em favelas, com exposição a resíduos tóxicos e carência de saneamento básico; o crescimento do fanatismo religioso; e a disseminação de doenças como cólera e AIDS.

    Além das estatísticas, o autor revela as histórias trágicas que os dados frios não mostram, como as crianças abandonadas pelas famílias nas ruas de Kinshasa (Congo), por serem consideradas “feiticeiras”, ou a nuvem de gás letal expelida pela fábrica da Union Carbide na Índia, que causou a morte de aproximadamente 22 mil habitantes de barracos nos arredores da unidade da empresa, que não tinham informação sobre os riscos ou opção de morar em outro local.

    O livro traça um retrato da nova geografia humana das metrópoles, onde algumas “ilhas de riqueza” florescem em torres de escritório ou condomínios fortificados que imitam os bairros do subúrbio norte-americano, separados da crescente população favelada por muros e exércitos privados, mas conectados entre si por auto-estradas, aeroportos, redes de comunicação e pelo consumo das marcas globais. Como coloca o autor, citando, entre outros, Alphaville, enclaves constituídos como “parques temáticos” deslocados da sua realidade social mas integrados na globalização, onde se deixa de ser cidadão do seu próprio país para ser um “patriota da riqueza, nacionalista de um afluente e dourado lugar-nenhum”, como os classifica o urbanista Jeremy Seabrook, citado no livro.

    Davis explora a natureza desse novo contexto do conflito de classes, entre os que vivem dentro dos muros como em uma “cidade medieval”, e a “humanidade excedente”, que vive fora dela. Um “proletariado informal”, ainda não compreendido pelo marxismo clássico e tampouco pelo neoliberalismo.

    A materialização extrema desse conflito está no último capítulo do livro, que trata das análises do Pentágono sobre a guerra do “futuro” nas megafavelas do Terceiro Mundo, e o presente do exército norte-americano tentando monitorar as vielas de Sadr City, a maior favela de Bagdá.

    Se a globalização da riqueza é constantemente celebrada pelos seus entusiastas, em Planeta Favela Mike Davis mostra o outro - e imenso - lado da história: as sincronias e semelhanças nada acidentais no crescimento da pobreza no mundo.

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